Se o Plano A não der certo vamos para o Plano B

Ademir Aparecido Monteiro – Cientista e Engenheiro de Dados

 

Levante a mão quem nunca se deparou com a situação do título deste artigo. Seja na vida pessoal seja na vida profissional. Acho que todos já passaram por isso. E vamos passar outras tantas vezes.

Em muitos momentos das nossas vidas pessoais e profissionais fazemos planejamentos. Neste planejamento temos o plano A e plano B. E por que não plano C?

O fato é que muitas vezes o plano A é muito trabalhoso, complexo e difícil de ser conquistado. E isso tem relação direta com soft skill. Envolve resiliência, determinação, comprometimento, organização, pesquisas, não ter medo de errar, treinar (as vezes exaustivamente), etc. Claro que também pode envolver outras situações que estão fora do nosso controle. Mas vamos nos concentrar nas situações que podemos controlar, ok?

Eu já passei diversas vezes por essa situação. Muitas vezes consegui fazer o Plano A dar certo. Outras tantas vezes estive por um triz de desistir do Plano A. E outras vezes fui para o Plano B. E quando passava para o Plano B, muitas vezes me arrependia da decisão e voltava a carga no Plano A.

Não é fácil, eu sei, manter a determinação para o Plano A dar certo.

Eu sei, está confuso: Plano A, Plano B. E plano A novamente.

Estou apenas falando de Plano A e Plano B. E quando existe o Plano C, Plano D?

Será que chegamos a ter Plano Z? rs…

O famoso ator Arnold Schwarzenegger (imagino que todos conheçam) tem a seguinte frase:

“EU ODEIO PLANO B”

O argumento do Arnold é o seguinte:
Você tem o plano B, pois sabe que é sua zona de conforto. Desta forma você dedica menos esforços para o Plano A (resultado final que você realmente quer). Segundo Arnold, o plano B é o seu porto seguro caso você tenha medo de falhar. A cada dificuldade no Plano A, começamos a pensar na possibilidade do Plano B (talvez Plano C ou D, quem sabe quantos planos você tem). O foco começa a mudar do Plano A para o Plano B. E o medo de falhar inevitavelmente leva a falha.

Veja o vídeo do Arnold onde ele explica seu argumento.

https://www.youtube.com/watch?v=uGHI58Fhrgk

E qual a relação disso com você?

Em tudo na sua vida (pessoal ou profissional)

Na vida pessoal:

Imagine que você mesmo vai pintar sua casa (eu disse você mesmo, não vai contratar ninguém para fazer isso). Então você planeja quais serão as cores, verifica que tem buracos que precisam ser tampados e resolve fazer uma parede diferente na sala com textura. Isso é seu plano A. Até aqui não existe plano B.

Compra todo o material e no fim de semana resolve começar. No final do primeiro dia você já está cansado mais do que imaginava. Mas nada como uma noite para descansar. Lá vai o segundo dia, talvez o segundo final de semana e quem sabe o terceiro.

Então você pensa consigo mesmo: Isso está dando muito trabalho. Aquela parede diferente, com textura, acho que vai dar muito trabalho e principalmente porque nunca fiz isso. Aqui você começa a pensar no Plano B. Ou seja, apareceu uma dificuldade e estamos a pensar no plano B.

Você, caro leitor, pode pensar o seguinte: é só uma parede. Claro, é só uma parede.

Aqui foi somente um exemplo de algo que não afeta a nossa vida. Pelo menos a minha não. rs

Mas o que eu quero mesmo é mostrar para vocês como essa situação pode afetar a vida de cada um.

Vamos pensar em algum aprendizado de uma nova ferramenta de tecnologia.

Você está em busca de um novo conhecimento para utilizar na sua vida profissional. Esse novo conhecimento envolve muita dedicação, muito estudo, muitos exercícios, muitos erros (claro que isso não vai faltar) e muitos acertos (isso é revigorante para continuar).

Não estou falando de cursos de “Aprenda a linguagem XYZ em 40 horas e ganhe muito dinheiro”. Esquece. Isso não existe. Em outro artigo talvez falarei sobre esses tipos de cursos.

Voltemos ao Plano A. Queremos dar uma melhorada na nossa carreira. Então escolhemos, por exemplo, Engenharia de Dados.

Elaboramos um plano de estudo.

Semana Um: O que é Big Data (conceitos e seus componentes)

Semana Dois: Aprender uma Ferramenta e instalação

Semana Três: Aprender um Banco de Dados (relacional)

Semana Quatro: Aprender um Banco de Dados (não relacional)

Semana Quinze: Projeto utilizando o que aprendeu até agora

Semana Vinte e cinco: Fazendo ETL e acessando um Banco de Dados

Semana Cinquenta e Dois: Projeto real

Eu sei, cinquenta e duas semanas é um ano. Estou sendo bonzinho. Para engenharia de dados pode levar mais tempo.

Planejamento pronto então mãos a obra.

Passamos pela primeira semana estudando 2 horas por dia de segunda a sábado.

Na segunda semana, tivemos algumas dificuldades, mas conseguimos passar.

Na terceira, começa a dar sinais que o aprendizado está ficando complicado, então você começa a desanimar. Pensa consigo mesmo: Isso aqui está dando muito trabalho.

Na semana seguinte você pensa que isso é muito trabalhoso. Se depara com uma dificuldade, não entende a mensagem de erro, não entende um bloco de código. Aqui você começa a colocar em dúvida o seu plano A e começa a pensar no Plano B….

Ops… Qual era o Plano B? Não falamos nele até agora. Mas agora vai ter. Plano B: Continuar na função atual.

O plano A sempre deverá ser seu objetivo principal, não importa se vai levar 1 ano, 2 anos ou 5 anos. E também não a nada de errado em ter o Plano B. O que é errado é desistir do Plano A ao menor sinal de dificuldades. Uma das razões para desistir é o imediatismo ao qual estamos acostumados a ver no dia a dia. Tudo deve ser imediato. Apenas um clique do mouse.

No exemplo do plano A, a aquisição de conhecimento leva tempo. Requer organização, esforço, dedicação, treino, treino, treino (sim, várias vezes treino, pois terá que treinar muito), prática, prática, prática (sim, também várias vezes) e muitos erros. O que? Erros? Sim, erros. Os erros são uma fonte poderosa de aprendizado.

Temos alguns exemplos onde o erro é uma fonte poderosa de aprendizado:

Ayrton Sena (piloto de fórmula 1): Ele era um excelente piloto com a pista molhada. E como isso se deu? Através de muito treino com pista molhada. Vejam o artigo abaixo:

https://www.ayrtonsenna.com.br/pt/piloto/arte-de-pilotar/segredos-da-pista-molhada/

Oscar (basquete – Mão Santa): Excelente para acertar a cesta de 3 pontos. E como isso aconteceu? Adivinhem!!! Muito treino. Muitas horas jogando a bola na cesta. No link abaixo Oscar fala sobre os treinos.

https://esportefera.com.br/noticias/basquete,oscar-reclama-de-apelido-mao-santa-e-o-c-e-mao-treinada,70002843724

Eu particularmente não odeio o Plano B. Eu sei, vocês devem estar pensando. Até agora falei que não era legal ter o Plano B e agora você diz que tem um Plano B? Ficaram confusos?

Então vou me explicar: Pura e simplesmente porque preciso pagar as minhas contas, é claro. Então não posso abandonar o Plano B, mas tenho que ter como objetivo o Plano A.

Porém não podemos deixar que o Plano B domine as nossas ações e emoções. Como escrevi aqui anteriormente, não podemos deixar que as dificuldades do Plano A nos façam desistir.

Apenas para incentivá-los a continuar na busca pelo Plano A, no vídeo do Arnold ele comenta que o Michael Jordan (famoso jogador de basquete americano) precisou errar muitas cestas (9000 cestas) para conseguir ser um grande jogador de basquete. Ele precisou treinar muito, errar muito (novamente erro) até conseguir aprender o jeito certo de fazer os arremessos.

Então a ideia é que você seja persistente, organizado, não desistir diante das dificuldades (resiliente), treinar, aprender com os erros.

Viram como temos vários itens de soft skill?

Diante dos obstáculos do Plano A temos a tendência de mudar a chave para o Plano B, já que é a nossa área de conforto e segurança.

Então vou lhe fazer uma pergunta para reflexão. E se a única opção fosse somente o Plano A, você desistiria tão fácil?

Talvez o melhor Plano B seja fazer o Plano A dar certo!

plugins premium WordPress